Mama Mosoioió Kilunji diá Nzambi ni Makaia Mê

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Neste projeto o barracão de mãe Néia propõe dois planos de ação simbióticos: a campanha "Rede de Kukuetu", criando um viveiro fitoterápico em rede, e oficinas temáticas sobre Fitoterapia Tradicional com mam'etu Kilunji e colaboradores. Todas as ações tem como pano de fundo o fortalecimento de nossa manifestação cultural, através da preservação, circulação e registro de nossas tradições.

Descrição

Somos uma comunidade de candomblé, de raiz Angola Muxicongo, iniciada em 1989 por mam’etu Kilunji dia Nzambi, dijina (ou nome de santo) de dona Edinéa Cabral da Silva, que até hoje zela por nossa casa. Sergipana, mãe Néia nasceu em Macambira, na época uma pequena vila sertaneja, e se mudou para Santos (SP) ainda criança, por questões de saúde, onde conheceu seu pai de santo, o falecido vô Mambanzo, e foi iniciada para a divindade Kukuetu, a energia da água do mar que quebra na beira da praia. Desde sua infância mãe cultiva plantas para alimentação e faz uso regular de seus produtos para tratar da saúde, ensinada por familiares e pessoas próximas, aprendendo muito sobre seus usos tradicionais e seculares (em oposição a espirituais). Quando nasceu para o santo, mãe escolheu para si o caminho da defesa e da cura, continuando seu aprendizado principalmente com vô Mambanzo, com outras comunidades de terreiro e em eventuais interlocuções com instituições, por exemplo a Sedu ou nossa Universidade Federal.

Nossa casa, o Nzó Musambu riá Kukuetu (em português, Casa de Oração de Kukuetu), é aberta à população de segunda a sábado, das 14h às 19h, e não é raro que mãe estenda o horário para atender aqueles que a consultam em busca de orientações e conselhos, muitas vezes relacionados a questões de saúde. Os processos de produção de cuidado no barracão já foram objeto de estudo do grupo Rizoma, centrado em Análise Institucional e Esquizoanálise, com mediação do prof. dr. Túlio Alberto Martins de Figueiredo, da Saúde Coletiva/Ufes. Não apenas em processos terapêuticos, mas em toda a ritualística do candomblé as folhas assumem papel central, como observado pela bióloga Gabriella Ramaldes, que pesquisou os saberes tradicionais de mam’etu Kilunji sobre plantas medicinais, relacionando-os a ações de educação ambiental e agroecologia, e que possibilitou uma aproximação à nossa comunidade do coletivo Casa Verde, centrado em vivências em Agroecologia.

Ainda como apresentação, é importante dizer que nossas tradições são codificadas em kikongo, do grupo linguístico bantu, originário da região centro-sul de África. De lá vieram os povos bantu, primeiros africanos importados como mão-de-obra escrava, que reconhecemos como nossos ancestrais. A utilizamos para denominações sagradas, como rituais, símbolos e nossos nomes de santo (majina, pl.), por isso a colocamos no título desse projeto. Como dito, a dijina de mãe Néia é Kilunji ria Nzambi e makaia são folhas, logo uma tradução do título seria “Mãe Néia e suas folhas”.

Tendo em vista a preservação de nossa cultura e seus fundamentos de respeito, cuidado e harmonia com a natureza, o projeto proposto terá os seguintes objetivos:
1. Suprir a necessidade por ervas medicinais e aromáticas no barracão
2. Compartilhar os saberes tradicionais sobre plantas medicinais acumulados por mãe Néia
3. Visibilizar a tradição do candomblé Angola Muxicongo

Vídeos

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Publicado por

Yuri Paris

Sou um tradutor cultural promovendo turismo sustentável no Espírito Santo.

Na Casa da Escada, produzo intercâmbios criativos para construção do Nosso Futuro Comum e para conectar a diversidade capixaba ao mundo.

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