Ponto Central

marcar eventos listados desmarcar eventos listados

tornar rascunho publicar
{{data.processingText}}
{{numSelectedEvents}} {{numSelectedEvents == 1 ? 'evento selecionado' : 'eventos selecionados' }}

Ponto de Memória em Central Carapina.
Exposições, oficinas e mostras da cultura local.

Descrição

Ao longo do ano de 2018, o projeto Ponto Central se propôs a desenvolver no bairro de Central Carapina/Serra uma série de exposições e feiras comunitárias, além de iniciar um inventário participativo que resgatasse as lutas, conquistas e formas de expressão comunitárias. Abaixo, uma breve descrição de cada um desses eventos:

12 de maio – 1ª feira de oportunidades
A 1ª Feira do projeto contou com atrações artísticas e barracas de artesanato, bazar, comidas típicas, pula-pula para a criançada. Iniciada às 18h, durou 4 horas, trazendo inicialmente cantora gospel do bairro; em seguida Anne e Nicolas cantando e tocando cover de bandas nacionais de Rap, Reagge e outros; a feira foi encerrada com a apresentação do grupo de dança local Raphael e Cia. Nessa primeira edição do ano compareceram poucos moradores, apesar de ter sido amplamente divulgado

25 de maio – Exposição “De Sossego a Central”
Exposição de fotos antigas do bairro escolhidas a partir do acervo de Antônio Estevão, Jaderson da Silva e João Carvalho. Foram escolhidas 13 imagens principais ampliadas e impressas em quadros de MDF, e construída uma pasta com outras fotos, reportagens e documentos tidos como relevantes. Na abertura da exposição foi realizada uma roda de conversa entre os moradores mais antigos do bairro, registrada em vídeo, áudio e redigida. Jaderson da Silva explanou para os presentes sobre o projeto e sobre histórias já recolhidas por ele até o presente momento. Cerca de 50 pessoas transitaram pelo local durante a exposição, e ao menos 15 participaram ativamente da roda de conversa.
Nos dias seguintes, jovens do projeto Caminhos do Bem visitaram a exposição, assim como o grupo da terceira idade.

04 de agosto – 2ª feira de oportunidades
A Segunda Feira do ano contou com uma extensa programação, se iniciando as 14h com Contação de História para as crianças e se encerrando as 23h com a apresentação do grupo Kapitais do Forró, totalizando 9h ininterruptas de atividades. As demais atrações podem ser lidas no cartaz abaixo. Devido a extensa programação e atrasos de participantes, algumas atividades descritas sofreram atrasos ou foram reagendadas, como o bingo que aconteceu antes das apresentações de dança. A programação simultânea de oficinas foi revista para as próximas feiras, tendo em vista a dificuldade de realizar apresentações simultâneas de conteúdo. A realização do bingo foi uma estratégia crucial na atração de público, sendo estimado um público de 350 pessoas no evento. Os grupos de dança também atraíram muitos jovens, gerando alguns momentos de tensão com a presença de grupos armados circulando pelo espaço.

11 de julho – Exposição “Saberes de Central”
A segunda exposição do projeto se baseou na apresentação de entrevistas editadas feitas a moradores conhecedores de saberes e histórias valorizadas pela comunidade. Foram eles: Seu Zé Anésio e Dona Ione, Ivone e Lídia Gregório, Maria Costureira, Maria do Salgado, dona Ana e seu Valmir, dona Maria Benzedeira e Michael Jackson Capixaba. A exposição dessas entrevistas foi realizada com a instalação de fones de ouvido ligados a MP3 escondidos atrás de quadros com foto das pessoas entrevistadas. Devido as restrições orçamentárias e infraestruturais, as entrevistas foram agrupadas em duplas e trios.
Na inauguração, contamos com a presença voluntária do Circo Teatro Capixaba que realizava uma oficina de circo no bairro no mesmo dia. Compareceram ao evento aproximadamente 20 pessoas, incluindo vários entrevistados, demonstrando eles prazer com a exposição e logo desdobrando numa rica conversa informal.

15 de setembro – 3º feira de oportunidades
A Terceira Feira de Oportunidades do projeto Ponto Central teve como tema Cultura Urbana. Tivemos durante a tarde oficinas de Stencil e Lambe-lambe (práticas de intervenção urbana) e demonstração de graffiti com o artista convidado Marcelo Voodoo. Pela noite houveram apresentações com Mc Carlão e Mc Tchel, além do palco aberto que recebeu contribuições diversas. O evento terminou na exibição do filme "A Febre" (Documentário longa-metragem Capixaba) através da parceria com o projeto CineMóbile, somando 7h de duração e contando com um público intermitente de aproximadamente 80 pessoas.

15 de setembro - 23 de setembro – Concurso Cultural “Memória de Central”
Proposto inicialmente como um concurso de maquetes, ampliou-se a gama de linguagens para permitir maior participação, sendo estruturado em duas categorias, audiovisual e literária. Também foi construído um edital simplificado que estabelecia tema, normas para a inscrição, critérios de avaliação, proibições e premiação para os envolvidos, como consta em anexo, e lançado em praça pública na 3ª feira de oportunidades do projeto.
Também foi divulgado nas redes sociais, com carros de som pelo bairro, em projetos sociais e escolas locais, além de convites feitos em conversas informais. Ainda assim, foram apenas quatro inscrições, com apenas duas entregas de trabalhos, uma em cada categoria. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 29 de setembro, na exposição “Narrativas de Nós pra Nós”, quando um dos ganhadores falou sobre seu trabalho e também deu a opinião sobre a obra da segunda ganhadora, que não pode comparecer.
Apesar da baixa adesão, ainda acreditamos nessa prática como estratégia para maior engajamento cultural e valorização dos saberes e talentos do bairro, sendo, todavia, clara a necessidade de mais edições e experiências para que a proposta seja de fato abraçada pela comunidade.

29 de setembro – Exposição “Narrativas de Nós para Nós”
A última exposição do ano, o filme “Narrativas de Central” aborda estórias e lutas que fizeram o bairro ser o que é hoje. Filme feito a partir das entrevistas realizadas em vídeo para o inventário participativo, não pretende liquidar toda a história local, apenas valorizar seus moradores e dar uma resposta àqueles que vêem no bairro apenas violência.
O lançamento do filme foi feito em parceria com o Cineclube Cinemóbile, projeto atuante na comunidade, e contou com a presença de 4 dos entrevistados pelo projeto: Jarbas, Uanderson, Michael Jacson e Ezequias, ainda que nem todos tenham aparecido no filme. Além deles, participaram da sessão 15 a 20 outros moradores.
Planeja-se colocar o filme à venda no Banco Passarela, para que sua venda ajude a dar continuidade em projetos como esse, futuramente sendo disponibilizado na internet. Ainda nesse evento, houve entrega dos prêmios do Concurso Cultural no bairro, e debate sobre a importância da memória e da cultura para uma comunidade. Atividade realizada em conjunto com o CineMóbile, e com apoio da Secult ES.

13 de outubro – Feira das crianças
A última ação do projeto para este edital comemorou o dia das crianças em uma celebração já tradicional na comunidade. Foi construída em parceria com o Projeto Caminhos do Bem e, diferentemente das outras Feiras, aconteceu na rua Santa Catarina, não na Praça do bairro. O evento disponibilizou gratuitamente pula-pulas e pintura de rosto para as crianças, além de uma série de alimentos como algodão doce, picolés, bolos, cachorros-quentes, salgados e outros.
Também durante o evento, Elis Souza dos Reis realizou uma oficina de fantoches de dedo com cerca de 15 crianças, Sandra Alves de Souza animou a festa fantasiada de palhaça Chupetinha e a contadora de histórias Gab Kruger encantou crianças e adultos com sua apresentação. As horas finais do evento, programadas para apresentações musicais de artistas locais, foram reprogramadas com a exibição do filme ‘Narradores de Central”, devido ao cancelamento de alguns artistas previstos. A feira contou com aproximadamente 300 pessoas, entre crianças e adultos, e durou cerca de 7h
Inventário Participativo
A construção do inventário aconteceu ao longo de todo o projeto, guardando o último mês para sua organização. Inicialmente pensado como um simples levantamento de fotos e histórias, foi somente após a primeira reunião com a SeCult que se tomou conhecimento da metodologia associada ao nome, ao qual buscamos atender da melhor forma possível. Nessa primeira experiência, nos ativemos principalmente as histórias de formação do bairro, colhendo fotos e entrevistas com moradores mais antigos e com pessoas reconhecidas na comunidade por seu ofício ou engajamento social. Gostaríamos de, em um próximo momento, também ouvirmos histórias de jovens que nasceram na comunidade e acompanharmos e registrarmos o cotidiano das pessoas cujos saberes são internamente valorizados.

Do projeto como um todo, se destaca o sentimento de valorização transmitido pelos entrevistados, bem como esperança perante o futuro do bairro, tanto destes quanto dos diversos visitantes das exposições. Mais de uma vez, moradores demonstraram espanto ao se confrontarem as fotos expostas no Banco Passarela. A presença de uma lagoa nos limites do bairro, bem como ocasionais deslumbramentos com fotos antigas de suas casas ou ruas, foram os principais fatores de assombro e acreditamos que motrizes de reflexões quanto ao desenvolvimento da região e avanços conquistados ao longo dos anos.
Também para o grupo envolvido foi um grande aprendizado, tanto no que se refere ao “trabalhar junto”, quanto nas apreensões de histórias e de visões de mundo colhidas nas entrevistas. Não sabemos como se dará a continuidade do trabalho, estudamos modos de geração de renda para manutenção dos trabalhos a partir da pesquisa desenvolvida este anos, seja com a comercialização em DVD do filme produzido, seja da produção de ímãs ou cartões postais, mas é certo que os frutos já colhidos
Mais especificamente, podemos destacar a organização do concurso cultural “Memórias de Central” como um importante passo para o desenvolvimento da cultura local e do envolvimento da comunidade nesta caminhada, além de ter reforçado vínculos com projetos sociais e escolas pela divulgação direta do projeto e de seus objetivos para estes grupos. Do mesmo modo, a valorização de artistas locais, postos em evidência nas diversas Feiras que aconteceram foi outra estratégia para essa valorização. A apresentação de artistas como Carlão e Tchel, que fizeram de suas adolescências em Central Carapina, então Sossego, como ponto de partida para suas composições, surgiu como um contraponto às dinâmicas atuais da juventude, e espera-se contar com reapresentações em futuros eventos.
Institucionalmente, foram reforçadas parcerias com o Cineclube Cinemóbile e com o projeto Caminhos do Bem, enquanto novas puderam ser formadas, como é o caso do Circo Teatro Capixaba, grupo de palhaçaria reconhecido nacionalmente, que tomou conhecimento do projeto e participou voluntariamente da inauguração de uma das exposições. Também este grupo já vem articulando trabalhos na comunidade para o ano de 2019 tendo como parceiro membros da equipe do projeto e o Banco Passarela de forma geral.
Por fim, vale mais uma vez citar o filme “Narradores de Central”, produzido a partir das entrevistas colhidas ao longo do projeto e veiculado já algumas vezes no bairro, como o produto cultural mais evidente destes meses de trabalho. Projetos sociais locais já demonstraram interesse em obter uma cópia do filme para realizar trabalhos direcionados com seus jovens frequentadores. As exposições que continuam em curso no Banco Passarela, não tem previsão de se encerrarem e continuam, dia após dia, causando alegria e espanto para seus visitantes. Frente a ideia original de fazer das exposições um bem cultural itinerante, preferimos circular apenas com o filme, que consegue resumir todo, ou até mais, do conteúdo exposto fisicamente no Banco. A mobilização e infraestrutura que seriam necessárias para a construção destas exposições em locais diferentes não se mostrou vantajosa perante a meta de ampliar a abrangência do projeto. Com mais de 5 meses desde a primeira exposição, muitas pessoas ainda se surpreendem com seus registros, sendo possível afirmar que o Banco Passarela possui um fluxo constante bem como uma renovação de público que permite a manutenção das exposições sem se tornar um bem ordinário.

Galeria

evento entre e Baixar Planilha

Publicado por

Jaderson da Silva

Mais conhecido como Jarbas, mora em Central Carapina/Serra há mais de uma década. É presidente da Associação dos Micro e Pequenos Empresários do bairro e coordenador do Banco Comunitário Passarela. Preza pelo desenvolvimento total da comunidade, ultrapassando barreiras como a violência e acendendo com todo seu potencial sociocultural.

Nome:

E-mail:

Tipo:

Mensagem:

Enviando mensagem

Enviando mensagem